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Infecções das Vias Aéreas Superiores



Dra. Sani Santos Ribeiro Pneumologia Infantil - CRM 28364 - sani.ped@hotmail.com

1. O que são infecções das vias aéreas superiores?

As infecções das vias aéreas superiores estão entre as doenças infecciosas mais comuns na população. Atingem pessoas de todas as idades, principalmente crianças e idosos.

Didaticamente, as vias aéreas podem ser divididas em vias aéreas superiores e inferiores. As vias aéreas superiores incluem o nariz, a faringe, a laringe e os seios paranasais. O nariz é o primeiro local de passagem do ar, no trajeto em direção aos pulmões. Do nariz, o ar passa para a faringe e pela laringe até chegar à traquéia. Os seios paranasais, também denominados seios da face, são cavidades presentes nos ossos da face e que tem contato com o sistema respiratório. As vias aéreas inferiores começam na traquéia e também incluem os brônquios, bronquíolos e os pulmões.

As infecções de vias aéreas superiores podem ser causadas por vírus ou bactérias. Cerca de 80% das infecções são causadas por vírus, enquanto que apenas 20% são causadas por bactérias. Os principais sintomas dessas infecções são: tosse, coriza, dificuldade para respirar, dor de garganta e febre. Estas infecções se espalham rapidamente pelo contato com pessoas doentes, que liberam os microrganismos pela saliva e secreção nasal. O contato das secreções com as mãos e destas com o rosto é um meio importante de disseminação. Durante os meses mais frios, como as pessoas tendem a ficar aglomeradas em locais fechados, a propagação das infecções é ainda maior.

2. O que é resfriado comum?

Resfriado comum é a infecção mais comum das vias aéreas superiores, principalmente entre as crianças pequenas. Crianças com menos de 5 anos costumam ter de 6 a 12 resfriados por ano. Já os adultos têm de 3 a 5 episódios ao ano.

Esta infecção pode ser causada por vários tipos de vírus e atinge, principalmente, o nariz, os seios da face e a faringe. O principal agente causador do resfriado comum é o rinovírus. Mas existem vários outros vírus capazes de provocar esta doença, como o vírus parainfluenza, o adenovirus e o vírus sincicial respiratório.

A contaminação se dá principalmente por meio das mãos e das gotículas produzidas durante a tosse e o espirro. Os principais sintomas são: febre (geralmente abaixo de 38ºC), espirros, coriza, obstrução nasal, tosse seca e dificuldade para alimentar. Algumas vezes também podem ocorrer diarreia e vômitos.

O resfriado comum é uma doença benigna. Tende a melhorar espontaneamente em 5 a 7 dias. Entretanto, algumas vezes o resfriado comum pode complicar-se e evoluir para uma infecção bacteriana. O tratamento visa ao controle dos sintomas. Uma medida muito útil é a ingestão de grandes quantidades de líquidos, para ajudar a eliminar as secreções. Além disto, é importante usar roupas leves e ficar em ambientes com boa ventilação. Em caso de febre, deve-se usar medicamentos antitérmicos. A aplicação de gotas de soro fisiológico no nariz pode auxiliar a aliviar a obstrução nasal.

Os antibióticos não devem ser utilizados no tratamento do resfriado comum, uma vez que a doença é causada por vírus. Além de não ajudar, o uso inapropriado de antibióticos pode eliminar bactérias que vivem normalmente no nosso corpo e que ajudam a proteger contra algumas infecções.

3. Resfriado comum é o mesmo que gripe?

Não. A gripe é uma doença causada por um tipo específico de vírus, denominado influenza. Ao contrário do resfriado comum, a gripe não se restringe apenas às vias aéreas superiores, podendo atingir as vias aéreas inferiores. A intensidade e a gravidade da infecção são muito variáveis.

A gripe ocorre principalmente durante o inverno. É uma infecção muito contagiosa e se espalha da mesma forma que o resfriado comum, ou seja, através das mãos contaminadas por secreções produzidas pela pessoa doente, bem como pela liberação de gotículas durante a tosse e o espirro.

Ao contrário do resfriado comum, na gripe ocorre febre alta, de até 40ºC, e calafrios. Além disto, outras partes do corpo podem ficar doloridas, podendo ocorrer dor de cabeça, dor no corpo e nas articulações. Também é comum haver intolerância à luz e lacrimejamento. O acometimento das vias aéreas superiores é percebido pela presença de coriza, tosse, dor de garganta e obstrução nasal. Além disto, as vias aéreas inferiores também podem ser atingidas, o que resulta em tosse e dificuldade para respirar.

Nas pessoas idosas e nas gestantes, a gripe pode evoluir de forma mais grave, podendo até mesmo resultar em pneumonia. Por isso, é recomendada a vacinação contra a gripe em pessoas idosas.

4. O que é sinusite?

Sinusite é a infecção dos seios paranasais. Os seios paranasais são cavidades presentes nos ossos do rosto. Estas cavidades têm comunicação com as cavidades nasais.

A infecção dos seios paranasais pode ser causada por vírus ou bactérias. Os sintomas da sinusite começam como um resfriado que demora a melhorar, durando mais de 10 dias. Pode aparecer mau hálito e tosse, principalmente à noite. O sintoma típico da sinusite é a dor de cabeça que se intensifica quando se abaixa a cabeça. A febre pode ou não ocorrer.

O diagnóstico de sinusite é feito pelo exame médico. É muito importante a avaliação do médico para confirmar a presença de sinusite e definir se a infecção é causada por vírus ou bactéria. Neste último caso, deve ser feito tratamento específico com antibióticos.

Outras medidas que ajudam no tratamento da sinusite são: repouso; umidificação do ambiente; uso de medicamentos analgésicos e antitérmicos, em caso de dor ou febre.

Em geral, a sinusite tende a evoluir de forma favorável, quando é realizado tratamento adequado.

Referências Bibliográficas:

1. Pitrez PMC, Pitrez JLB. Infecções agudas das vias aéreas superiores – diagnóstico e tratamento ambulatorial. Jornal de Pediatria 2003;79, Suppl 1:S77-S86.

2. Chatkin JM, Machado ARL. Infecção respiratória aguda na criança. In: Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ, editors. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 3rd ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 2004.

3. Vieira VBG, Ferreira MAP. Infecções do trato respiratório no adulto. In: Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ, editors. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 3rd ed. Porto Alegre: Artes Médicas; 2004.